Evite que o aperto no bolso deixe sua alimentação mais pobre
27/01/2016

Evite que o aperto no bolso deixe sua alimentação mais pobre

São Paulo - O seu orçamento tem interferido na forma como você se alimenta? Uma pesquisa divulgada pela Netpoints, programa de fidelidade com foco no varejo, sugere que sim. Ao avaliar as mudanças no consumo de produtos vendidos em supermercados, o levantamento mostrou que com a crise os brasileiros passaram a optar por produtos mais baratos - e condenados por nutricionistas em muitos casos.
Enquanto o consumo médio das 39 categorias de produtos avaliadas caiu 3,6% no primeiro semestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014, o grupo de carnes suínas teve aumento significativo, de 50%, e os embutidos cresceram 36%. “Em anos de crise, o consumo médio de supermercados cai, por isso o forte aumento nessas duas categorias surpreende”, afirma Carlos Formigari, presidente da Netpoints.
O estudo pesou tanto o aumento na frequência de compra, quanto nos valores gastos, para indicar se o consumidor elevou de fato seu consumo. Além disso, os resultados mostram a variação real, que revela se houve aumento acima da inflação ou se eventuais acréscimos seguem apenas a tendência de aumento generalizado de preços.

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“Os consumidores estão jantando mais em casa, buscando comidas de menor valor e trocando o jantar por um lanche, o que fica evidente com o crescimento de embutidos como salsichas, linguiças, mortadelas e pães” comenta o presidente da Netpoints.
Segundo a pesquisa, o consumo de pães industrializados, como pães de forma, pães de hambúrgueres e bisnaguinhas cresceu 7%.
Enquanto as carnes suínas e embutidos tiveram o maior aumento de consumo da pesquisa, o consumo de leite caiu 7% e os produtos de utilidade para o lar tiveram a maior redução de todas as categorias, com queda de 14%.
Tanto as carnes bovinas (+3%), quanto as aves (+6%) tiveram aumento de consumo inferior ao das carnes suínas, o que pode ser explicado pelo maior custo desses tipos de carnes, segundo o presidente da Netpoints. Em contrapartida, embalados de carnes e aves, que podem ter preços mais acessíveis, cresceram 21%.
As categorias hortifrúti/verduras e raízes/tubérculos tiveram aumento de participação de 15% e 14%, respectivamente.
“As pessoas têm apertado o bolso e focado mais em produtos de alimentação. Na pesquisa, que é voltada a varejistas, nós concluímos que, em vez de direcionar a oferta às bebidas, roupas e utilidades do lar, os varejistas devem concentrar o merchandising no segmento de alimentação, que cresceu”, afirma Formigari.
Outra mudança significativa nas compras foi verificada nas categorias de bebidas, que tiveram queda de forma geral. Refrigerantes (-9%), cervejas (-13%), sucos, isotônicos e chás (-10%) perderam participação nas compras dos clientes.
“Um dos destaques da pesquisa é a queda no consumo de cerveja. Isso pode ter acontecido porque, por não ser um item essencial para a refeição, assim como os refrigerantes e os sucos, no limite os clientes deixam de consumir cerveja e trocam por água”, diz Formigari.

fonte: Exame